Me deparei esses dias com uma notícia na Folha, uma pequena nota, sobre um projeto de Lei para mudar o nome do Elevado Costa e Silva, as opções seriam nomeá-lo oficialmente de Minhocão ou rebatizá-lo de Presidente João Goulart.
Vocês conseguem ler o projeto de Lei inteiro aqui nesta página do Cidade Aberta.
Muita gente pode pensar:
– Que besteira, esses vereadores têm mais o que fazer do que se preocupar com nome de via pública!
– Onde já se viu? Até parece que isso vai fazer alguma diferença.
Pois bem, na minha opinião, é importante se preocupar e faz diferença sim.
Lacan, no Seminário IX, escreveu:
“Vocês sabem, como analistas, a importância que tem em toda análise, o nome próprio do sujeito. Vocês têm sempre que prestar atenção em como se chama seu paciente. Nunca é indiferente.”
Depois da marca que um nome nos perpetra, nós e nosso meio social somos obrigados a fazer algo com isso. E voltando de um Fórum Mundial de Direitos Humanos, ainda fico com a sensação de que o que estamos fazendo com o rastro que a ditadura deixou no nosso país ainda é insuficiente.
Mudar um nome pode significar mudar uma história. Essa garantia não existe, mas a aposta é importante.
Significar e Ressignificar. É o que fazemos com os nomes que nos são dados ao longo da vida. E é o que precisamos fazer também com as marcas da história ao nosso redor.