14 de fevereiro. É Valentine’s Day e se comemora o Dia dos Namorados no mundo inteiro, até aqui no Brasil, pois uma das coisas que mais vi no facebook nesses últimos dias foram dedicações de música para @s amad@s, imagens tiradas daqueles powerpoints que sua tia te mandava no começo dos anos 2000 e textos que fariam o Bial morrer de inveja em tempos de eliminação no BBB.
Aí eu vou ler o jornal e me deparo com essa notícia aqui. Brevemente, um chinês teve a ideia de comprar todos os lugares alternados das salas de cinema de Xangai no dia dos namorados, contando com a ajuda de outros solteiros para realizar a empreitada. Ou seja, se você estivesse em Xangai e quisesse levar sua companhia para pegar um cineminha, teria que dividir a pipoca com um terceiro elemento entre vocês.
Imediatamente, lembrei-me de um trechinho do Zizek, sobre a noção lacaniana de amor:
“[…] não há amor (total, recíproco), existe apenas uma imensa necessidade de amor – todo encontro amoroso real falha e nos faz regressar à nossa solidão. Talvez apenas quando estamos apaixonados é que podemos nos confrontar completamente com a nossa solidão fundamental.”
Amar alguém não significa estar completo, por mais que tenhamos essa (falsa) sensação. Não existe parceiro ideal – e perceber isso nos coloca cara a cara com a solidão inerente à condição humana.
Então, o que esses chineses fizeram não foi sabotar o namoro de ninguém. Apenas materializaram o que todo mundo já sente ou ainda vai sentir – que em um relacionamento, mais do que nunca estamos sós.
No entanto, talvez uma das coisas mais gostosas da vida seja justamente essa: compartilhar nossa solidão com quem se ama.
Feliz Dia de São Valentim.
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Isso me fez sentir muito melhor sobre ter almoçado sozinha no Valentine’s Day! Afinal, eu só estava manifestando um sentimento! Ha!